COM NOVO GOVERNO, ESPANHA REVOGA REFORMA TRABALHISTA PRECARIZADORA
Rodrigo Trindade
Em 2012, a Espanha implementou ampla reforma trabalhista, estabelecendo diversos mecanismos precarizadores de direitos para tentar combater o desemprego. Dez anos depois, e agora com governo progressista, o país volta atrás. Em 30 de dezembro, novo real decreto-ley estabelece marco legislativo muito diferente do anterior. Trata-se de compromisso do governo do primeiro-ministro Sánchez com a Comissão Europeia, para garantir a próxima parcela de fundos da União Europeia. Atualmente, o país conta com taxa de desemprego de 14,5%, uma das mais altas do bloco econômico.
Limitações das contratações temporárias
O principal objetivo da nova reforma espanhola está em acabar com a temporalidade do mercado de trabalho, que já alcança 26,02% dos trabalhadores. Pretende-se voltar a estimular a contratação por prazo indeterminado, muito mais rica em benefícios aos empregados.
Estabelece-se limitação das autorizações de contratos temporários, extinguindo-se o de modalidade “por obra y servicio”, muito utilizada na construção civil. As únicas hipóteses passam a ser o “estructural” (definido por circunstâncias de produção) e o de substituição de outro trabalhador.
Os prazos de contratações temporárias passam a ser limitados a seis meses, podendo chegar a um ano, caso haja autorização em norma coletiva. Em situações temporalmente previstas – como datas festivas ou atividades agrícolas – o período máximo é de 90 dias.
Regras construtivas de terceirização
Para as empresas de terceirização de serviços em múltiplas atividades, passa a ser obrigatório que o valor dos salários seja definido a partir das normas coletivas aplicáveis às empresas tomadoras-clientes. Assim, empregados terceirizados, por exemplo no setor bancário, deverão receber salários conforme convenções coletivas firmadas entre bancos e sindicatos de empregados bancários.
Reequilibrar as negociações coletivas
A reforma espanhola pretende reequilibrar os parâmetros de negociação coletiva, revogando a limitação de ultratividade – projeção de vigência de norma coletiva caducada. Na década de vigência da experiência restritiva, verificou-se que a medida dificultava as negociações entre empresas e sindicatos. O novo texto estende a vigência dos acordos coletivos, até que novo acerto seja entabulado.
Punição à delinquência patronal e auxílio para empresas em crise.
Definem-se sanções mais pesadas para evitar fraudes. O principal objetivo é de reprimir contratações temporais fraudulentas.
Por outro lado, há extensão de regras então criadas para auxiliar empresas afetadas pela Covid-19. Em situações críticas, causadas por crises macroeconômicas se permitirá redução de obrigações previdenciárias. Também poderão se socorrer de mecanismos de flexibilização, com facilitações de folgas compensatórias.
NOSSA REVISÃO
A reforma trabalhista espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas mostraram-se incapazes de atingir seus objetivos. Tanto Espanha como Brasil, seguem com desemprego alto e amargam os efeitos ruins ao consumo, oriundos da redução de direitos trabalhistas e diminuição da renda advinda do trabalho. O país europeu conscientemente reconheceu os erros advindos da opção de precarização do trabalho e, agora, amplia-se o espaço para as reavaliações brasileiras.
Como gostaria de ver e ouvir do Lula de que caso seja eleito irá revogar algumas merdas feitas pelo Temer e pelo Bolsonaro.
Lula e Gleisi citam Espanha como exemplo e falam em revogar reforma trabalhista
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2022/01/lula-e-gleisi-citam-espanha-como-exemplo-e-falam-em-revogar-reforma-trabalhista.shtml
Este é o caminho que o Brasil deve trilhar a partir de 2023 com Lula e só com ele porque essa medida só pode vir de um governo dele.
O trabalhador responsável pelo desenvolvimento familiar sabe que o sistema de trabalho temporário é uma enganação. Ilude com o emprego e lhe tira direitos adquiridos prejudicando o trabalhador e sua família levando-o lentamente a uma vida miserável, insegura e que pode mata-lo física e mentalmente vendo o sofrimento dos seus dependentes.
Espero que essa seja a primeira ação de Lula em 2023. Revogue essa lei da previdência que acabou com a aposentadoria dos trabalhadores. Que está levando as famílias a uma situação muito difícil. E a uma péssima qualidade de vida dos idosos.
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Não gerou empregos? Como esses caras tem coragem de escrever essa matéria?
https://www.ceicdata.com/pt/indicator/spain/unemployment-rate
Tem que acabar com o reinado que mina a nação
Lula tem afirmado que para ser candidato somente se for para fazer mais do que fez nos seus dois mandatos, assim, tenho certeza que boa parte da deforma trabalhista sera alterada. E com certeza assinara carta compromisso com as centrais sindicais com esse objetivo.
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