DESEMPREGO CHEGA A 13,5 MILHÕES, CRESCIMENTO DE 33,1% DESDE MAIO. TAXA NO TRIMESTRE PASSA DOS 14%.

Levantamento do IBGE mostra que desemprego, desalento e subocupação seguem com números elevados e lenta recuperação. Fim de benefícios estatais e retorno na busca por ocupação podem piorar os números do mercado de trabalho.

Rodrigo Trindade

A edição mensal da Pnad do IBGE mostra que o mercado de trabalho apresenta melhora lenta, mas segue acumulando perdas de difícil recuperação. Setembro teve os maiores números de ampliação do emprego formal nos últimos 29 anos (313.564 vagas). Não exatamente com a criação de novas vagas, mas pela retomada parcial dos enormes contingentes de dispensas da pandemia.

Apesar do crescimento do número de brasileiros ocupados desde julho, a massa de pessoas trabalhando ainda é menor que em maio de 2020: a população desocupada que estava em 10,1 milhão passou para 13,5 milhões em setembro. O balanço de 2020 ainda é negativo, com perda de 558.597 vagas nos nove primeiros meses do ano.  

Já a taxa de desemprego passou de 13,6%, em agosto, para 14%, a maior da série histórica da pesquisa. No trimestre encerrado em agosto, o desemprego bateu em 14,4%, a maior taxa desde 2012. A taxa composta de subutilização ficou em 30,6%, e também é recorde na série, crescendo 3,1% em relação ao trimestre móvel anterior (27,5%) e 6,2% frente ao mesmo trimestre de 2019 (24,3%). Outro recorde do trimestre foi com a população desalentada, com alta de 8,1% e alcançando 5,8% da força de trabalho.

O mesmo levantamento mostra que segue estável a quantidade de domicílios em que algum morador recebe algum tipo de benefício estatal relativo à pandemia. Passou de 43,9% em agosto para 43,6% em setembro, com valor médio de R$ 894 por domicílio. Os números referem-se aos benefício emergencial e auxílio emergencial.

Há dois grandes fatores para a ampliação do desemprego: continuidade da crise econômica (parcial mas não totalmente relacionada à pandemia) e o retorno da busca de ocupação por aqueles que começam a sair do distanciamento social. As reduções nos pagamentos dos auxílios podem ampliar o contingente dos que procuram trabalho e, consequentemente, os números do desemprego.

RT

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