Magistrados trabalhistas gaúchos escolhem a Des. Carmen Gonzalez Presidente do TRT-4

Em processo eleitoral com a participação de toda a magistratura trabalhista do RS, a Desembargadora Carmen Gonzalez foi escolhida por 37,75% dos votantes.

Rodrigo Trindade

Atualmente, o Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região é o único tribunal trabalhista a contar com processo eleitoral em que todos os magistrados atuam na escolha da Administração e da diretoria da Escola Judicial. A fim de manter equilibrada a participação dos dois graus de jurisdição, há utilização de sistema de peso entre votos de juízes e desembargadores.

A votação ocorreu durante a semana e o resultado indica preferência da magistratura gaúcha pela Desembargadora Carmen Gonzales para estar à frente no próximo biênio. Para o cargo de Vice-Presidente, o escolhido foi o Desembargador Francisco Rossal, com 58,15% dos votos.

Na administração da Escola Judicial, os mais votados foram o Desembargador Ricardo Martins-Costa, diretor, e Desembargador João Paulo Lucena, vice-diretor.

Para cumprir a regra da Lei Orgânica da Magistratura, o Pleno do TRT-RS deve se reunir no dia 04 de outubro para confirmação do processo democrático.

Nosso comentário:

Historiadores e sociólogos têm por consenso que a democracia está em permanente construção e, com avanços e retrocessos, ergue-se em etapas. Hoje, os juízes e juízas do TRT-RS venceram mais uma. Encerrada a votação da Consulta, solidifica-se aquela que já é uma das mais importantes experiências de democratização do Judiciário mundial e, sem a menor dúvida, a mais efetiva da Justiça do Trabalho Brasileira. O Regional gaúcho firma-se como exemplo aos irmãos e primos para superação do anacrônico déficit no último dos Poderes de Estado a ser tocado pelo republicanismo.

A experiência do TRT-RS exorbita a mera escolha de nomes, mas firma-se como valor projetado ao cotidiano. É a virtude da opção de viver ambiente democrático que tem permitido discutir e construir juntos questões importantes, não apenas com o corgo de magistrados, mas levando importantes discussões para servidores, advogados, Ministério Público e sociedade civil em geral.

O compromisso público e direto de todos os candidatos em assegurar o resultado da consulta mostra um encaminhamento de maturidade institucional. Mas ainda não está acabado. Sabemos que todo processo democrático tem seus reacionários, quase sempre escondidos, mas prontos para tentar reverter o progresso. Por isso, temos de nos manter atentos e sempre avançando para formas mais intensas e consolidadas de vinculação. Não há receita única, mas algo já é certo: o processo é irreversível e há disposição para lutar por ele.

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