Chegou! Automatização, robotização e IA já afetam mais da metade dos postos de trabalho brasileiros
“Estudo recente de universidade brasileira mostra que automatização, robotização e uso da inteligência artificial podem eliminar cerca 54% dos postos de trabalho brasileiros, nos próximos anos”
por Rodrigo Trindade
Começou na ficção científica, aos poucos foi chegando nos jardins dos vizinhos e, agora, acerca-se ao seu. Recente pesquisa conduzida pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações (LAMFO) da Universidade de Brasília concluiu que robôs e programas de computador poderão, até 2026, assumir 54% dos postos de trabalho com carteira assinada.
Segundo o levantamento, publicado previamente no UOL e na Folha de São Paulo, já existe tecnologia disponível para fechamento de quase 30 milhões de trabalhos formais. O estudo leva em consideração que, das 2.602 ocupações formais brasileiras, 57,37% (cerca de 25 milhões de pessoas) enquadram-se como serviços com possibilidades de automação muito alta (mais de 80%), ou alta (entre 60% e 80%).
São diversas as profissões ameaçadas, e que vão das altamente intelectualizadas, como engenheiros químicos (96%) e leiloeiros (93,87%), até aquelas que exigem pequena formação educacional, como torradores de café (99,52%) e carregadores de armazém (77%).
Embora o estudo limite-se ao Brasil, os riscos são parecidos com os de outros países. Na Argentina, a probabilidade de substituição da ocupação humana por automação é de 65%, enquanto que nos EUA e União Europeia, está em 47% e 59%, respectivamente.
Outro mundo
O estudo brasileiro não garante que haverá a efetiva substituição, mas depende de diversos fatores, especialmente porque a automação costuma ter custos bastante elevados. Elementos de negociação com organizações de trabalhadores também devem ser essenciais, e alguns setores econômicos já firmaram acertos para não implementar máquinas e softwares substitutivos de imediato. Assim vem ocorrendo em postos de combustíveis, redes de lanchonete e nos Correios, por exemplo.
Em relatório produzido no Fórum Econômico Mundial, a previsão global é de que robôs devem ocupar 75 milhões de empregos até 2022, passando das atuas 29% de tarefas profissionais para 52%. Também traz a perspectiva de elevação da produtividade, criação de profissões ainda inexistentes e tendência de investimentos crescentes em formação profissional.
Segundo o documento, os avanços tecnológicos poderão liberar trabalhadores para outras tarefas, mas não é possível afirmar que haja qualquer garantia de permanência no emprego.
Diversos estudos vêm sendo conduzidos sobre o tema nos últimos anos e ainda não há conclusão se a aplicação generalizada de inteligência artificial poderá destruir ou criar mais empregos. Ao final, tudo dependerá de como o processo será politicamente conduzido. Talvez justamente aí estejam os maiores temores.
Pingback: Chegou! Automatização, robotização e IA já afetam mais da metade dos postos de trabalho brasileiros | DMT – Democracia e Mundo do Trabalho em Debate
A ‘robotização’ é irreversível.
Resta-nos a preocupação, quanto ao fim do trabalho do ser humano. Para os ‘políticos’ parece que esse problema não existe!
Mas, sua existência é tão inexorável quanto a irreversibilidade da robotização.
Vem-me à mente, não há como isto não ocorrer, o processo, ou a inexistência dele, em relação ao fim do trabalho escravo no Brasil. Ocorreu sem que houvesse um período de ‘transição’. Mais do que isso, ocorrreu sem que houvesse um plano de susbstituição do trabalho escravo, especialmente num país de economia agrária, para o ‘trabalhador rural’. Isto se deu, também, em relação ao ‘trabalhador urbano’, após o ‘êxodo rural’.
Agora vou falar de algo inusitado. O Mundo sempre foi assim: primeiro o trabalho foi exercido pelo ‘escravo’ (em regra); depóis, em dose ‘homeopática’, pelo trabalho do ‘operariado’, ou assalariado.
Aqui o grande saldo: Se fomos da ‘escrravidão’ ao ‘assalarido’, e agora?? Para ‘aonde’ vamos???
Lamento ter de dar a resposta. É com muita tristeza que digo: vamos do operariado, do trabalhador, ào ‘robê’, à robotização!!!
Não será prreciso começar a pensar nesse tal período de transição, para que a classe mais vulnerável (que somos nós, trabalhadores humano), possa fazê-la com alguma dignidade???
Parece que a avalanche do Estado Neoliberal (abaixo do mínimo regulamentador) não está pensando, nem permite que pensemos nisso!!!
WALTAMIR LEOCADIO DA SILVA
Obs.: Não estou pensando no meu futuro, mas das nossas crianças!